Intervenção de Carlos Carvalhas, Secretário-Geral

Comício de abertura da 21ª Festa do «Avante!»

A abertura da Festa do "Avante!" é sempre um momento de grande emoção e um grande motivo de contentamento, para o PCP e para a JCP, para todos os amigos da CDU e também muito particularmente para os construtores da Festa, que aqui deixaram com generosidade, determinação e empenho milhares de horas de trabalho gratuito, sem as quais esta Festa não seria possível.

Para os construtores da Festa, para os homens e mulheres, para a juventude, para todos os que ergueram este belo espaço, vão as nossas primeiras palavras de saudação e de gratidão.

A Festa aqui está, com as suas raízes populares, com a sua criatividade, encanto e prestígio e será, com todos os que a visitam nestes três dias, uma Festa de alegria e juventude.

Esta é sem dúvida e, por isso mesmo o reafirmamos, a maior iniciativa política cultural realizada no nosso país, com a sua identidade singular e que, também, nas suas características mais específicas e tocantes exprime e reflecte, os valores e ideais que inspiram a acção, a intervenção e a luta do Partido Comunista Português.

Festa do "Avante!", Festa do Partido, Festa dos trabalhadores e dos democratas, a Atalaia é visitada por cidadãos dos mais diversos quadrantes políticos e, também todos os anos pela primeira vez por milhares de pessoas que aqui encontram um ambiente amigo e fraterno.

Festa da cultura e da democracia, Festa do povo, a Atalaia é de facto e, por isso o reafirmamos, um espaço de confraternização e de convívio, e também um espaço de reflexão, de debate de ideias, de intervenção e de solidariedade com os trabalhadores e os povos em luta.

E, numa altura em que um crescente número de portugueses se sente desencantado e já não acredita neste Governo ou está mesmo em oposição e luta contra as suas políticas, esta nossa Festa do "Avante!" exprime também a intervenção dos comunistas com as suas propostas, medidas e projecto e sublinha a luta por objectivos imediatos ou pelo cumprimento de velhas promessas do PS como sejam o horário das 40 horas, o aumento das reformas e dos salários e o aumento do emprego com direitos, nomeadamente para as mulheres e jovens.

O governo e o Primeiro Ministro têm procurado desviar as atenções dos graves problemas sociais e dos problemas que enfrentam importantes sectores produtivos. A sua grande prioridade e pressa, como se vê, não é a "paixão da educação", não é a droga como inimigo público número um, nem o desemprego como primeira prioridade, não é a de dar resposta aos problemas mais urgentes, mas sim, a de colocar na ordem do dia novas leis eleitorais, que os exima da condenação popular pela sua política e lhes permita maiorias com menos votos...

É que o Governo sabe bem que com a sua política neoliberal de retórica social, o país tem agravado as suas vulnerabilidades e dependências e acentuado as desigualdades sociais. A grave situação do aparelho produtivo nacional, nomeadamente da agricultura, das pescas e de importantes sectores industriais não se mascara com os dados virtuais da economia e do Produto Nacional. Por isso o descontentamento tem vindo a aumentar mesmo no seio do Partido Socialista.

De facto não deixa de chocar a insensibilidade e a hipocrisia como o Executivo encara as grandes dificuldades de tantas famílias, as dificuldades de trabalhadores e reformados, dos agricultores e dos pescadores e de milhares de pequenos e médios empresários.

A sua política é a do funil: para os grandes senhores da finança as benesses fiscais, os milhões nos escandalosos acordos e nas escandalosas privatizações; para os pequenos, para os trabalhadores e reformados, o aperto do cinto, os sacrifícios à mistura com grandes discursos caritativos.

Para os poderosos os milhões, para os pequenos os tostões e a verborreia social...

Mas a demagogia não resolve os problemas e a agudização de conflitos sociais, aí está a evidenciá-lo

O país precisa de uma outra política.

É com este objectivo que continuaremos a trabalhar e a lutar com determinação e confiança, como o exemplifica esta Festa magnífica.

Nestes três dias a Atalaia é ponto de encontro anual de muitos amigos. De muitos amigos, que de vários pontos do país de há muito marcaram na sua agenda a vinda à Festa, sempre com novos motivos de atracção e cada vez mais verde e florida. Nestes três dias a Festa é para milhares de homens, mulheres e de jovens, significativo ponto de reencontro.

Que todos e cada um levem daqui uma boa recordação e que seja sempre cada vez mais forte o desejo de virem novamente.

A Festa do "Avante!" está aberta. É a partir de agora, espaço do povo e para o povo, espaço da juventude e para a juventude.

Viva a 21ª Festa do "Avante" !
Viva a JCP !
Viva a CDU !
Viva o Partido Comunista Português !

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