Declaração escrita de João Ferreira no Parlamento Europeu

Cimeira da Zona Euro de 11 de Março de 2011

O enredo que uma vez mais vemos desfilar diante dos nossos olhos torna-se penoso, porque é repetitivo e bem revelador da essência desta União Europeia: quem afinal dita as regras e em nome de que interesses. Neste enredo, como habitualmente, não faltam personagens principais, secundários e meros figurantes.

O chamado "pacto para a competitividade", elaborado pela Alemanha e pela França como uma inominável imposição a todos os outros países da zona euro, que inicialmente viu a sua existência negada pelos seus autores, é agora apresentado e defendido no Parlamento Europeu pelo Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Isto, depois de este, semanas antes, ter feito críticas à falta de reconhecimento "do papel da Comissão" por parte da chanceler alemã. Fica agora claro qual é, afinal de contas, o papel da Comissão e do seu presidente.

O dito pacto, que Barroso vem agora dizer não nos afastar do objectivo do emprego e crescimento, é uma autêntica cruzada revanchista contra direitos laborais e sociais, por via do ataque aos salários, do aumento da idade da reforma, da tentativa de destruição da contratação colectiva, da nivelação por baixo de direitos sociais. É, para além disso, uma tentativa de imposição de uma autêntica sentença de dependência económica, de tipo colonial, a países como Portugal.

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