Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Encontro CDU «No concelho do Seixal e no País, trabalho, honestidade e competência, soluções para uma vida melhor»

A CDU tem soluções e capacidade para assumir todas as responsabilidades que o povo lhe atribua

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Quero saudar-vos e saudar todos aqueles que connosco estão neste projecto democrático e unitário da CDU.

A todos os que, com o seu empenhamento, fazem da nossa Coligação um espaço privilegiado de participação, debate e realização ao serviço das populações.

Realizamos o nosso Encontro da CDU do concelho do Seixal num momento em que a situação do País e os seus problemas assumem uma dimensão cada vez mais preocupante, mas também quando se perfila no horizonte uma importante batalha eleitoral e se abrem reais perspectivas de inverter o rumo de desastre a que o País está a ser conduzido.

A preocupante situação que hoje se vive e sente por todo o País - empobrecimento dos trabalhadores e das populações, desemprego, degradação da economia, emigração, serviços públicos e direitos sociais amputados - e que aqui foi também reflectida no nosso Encontro pelos impactos que têm igualmente neste concelho, é bem o resultado da acção da política de direita imposta por sucessivos governos sob a responsabilidade de PS, PSD e CDS, e agravada nestes últimos anos com a política dos PEC do Governo PS e do Pacto de Agressão com a troika estrangeira, subscrito por estes mesmos partidos.

Políticas que têm contado com a decidida e combativa acção dos eleitos e activistas da CDU com denúncia, mas também com proposta, iniciativa e obra realizada.

Aqui esteve presente, nas intervenções e na prestação de contas dos eleitos da CDU do concelho do Seixal, a confirmação de um percurso de trabalho caracterizado pela coerência de um projecto em defesa das populações, onde está patente uma obra e uma visão de desenvolvimento que mostra o superior valor de uma gestão alicerçada no conhecimento e no planeamento, realizada em estreita ligação e articulação com as populações e as suas aspirações, e que permitem padrões de qualidade de serviço público e de crescente satisfação das necessidades das gentes deste concelho, que nos orgulha.

Um projecto, um trabalho e uma obra que nestas últimas quatro décadas transformaram o Seixal num dos concelhos mais desenvolvidos do País. Um concelho com vida própria e onde dá gosto viver.

Um trabalho e uma obra que se traduziu na elevação da qualidade de vida da população, na modernização do concelho, na amplitude e qualidade das suas infra-estruturas, na qualificação das escolas, no desenvolvimento de zonas verdes e espaços de lazer, na sustentabilidade ambiental com o tratamento total das águas residuais do concelho, bem como dos resíduos sólidos. Na concretização de importantes projectos de requalificação do espaço público, no desenvolvimento desportivo e na criação cultural, nas respostas sociais à infância, à juventude, aos idosos.

Aqui veio o trabalho deste ano e meio que leva o presente mandato e que, enfrentando as limitações e condicionamentos impostos pelos partidos da troika nacional, nomeadamente no plano financeiro, permitiu dar novos passos com a concretização de novos projectos de equipamentos públicos e sociais nos diversos domínios, nomeadamente na cultura e na educação, na promoção do desenvolvimento de actividades económicas e do abastecimento público, saneamento, qualificação ambiental, entre outros.

Um trabalho que não está desligado de uma profunda ligação e participação popular e cívica, e onde assume uma particular relevância a participação do movimento associativo e popular na definição das políticas e iniciativas em cada concelho.

Aqui esteve patente e se mostrou o singular papel desta força que é a CDU com um percurso de intervenção marcado pela entrega ao interesse dos trabalhadores e das populações, uma presença permanente em defesa dos seus direitos, das suas condições de vida e da sua dignidade, nestes tempos de tantas e legítimas inquietações ditadas por uma ofensiva que destrói a vida e o sonho de tantos que vivem ou trabalham neste concelho e nesta região.

Assim foi nestes tempos de ofensiva brutal contra as funções sociais do Estado na saúde, nomeadamente contra o encerramento dos SAP e o aumento das taxas moderadoras, na educação, na segurança social, nos transportes públicos e com a imposição do projecto privatizador, igualmente nas águas e resíduos, aqui e na península de Setúbal, e no ataque aos serviços públicos.

Uma intervenção marcada pela exigência junto do governo e pela sua responsabilidade em defesa dos direitos e aspirações dos trabalhadores e da população, bem patente na luta desenvolvida com as próprias populações pela concretização do Hospital no concelho do Seixal e novos Centros de Saúde, pelo desenvolvimento de novos projectos de ampliação da rede de acção social, nomeadamente Lares de Idosos e Creches, mas também pelo melhoramento das vias de comunicação e transportes.

Assim foi em defesa do emprego e dos trabalhadores do município, em particular na defesa das 35 horas, das diversas actividades económicas e do tecido produtivo.

Assim foi nestes tempos de ofensiva sem paralelo contra o Poder Local com vista à sua descaracterização e contra a extinção das freguesias, colocando acrescidas dificuldades às populações e sacrificando identidades a pretexto de falsas racionalidades.

Uma vasta intervenção desta força que somos com um projecto radicado no respeito pelos direitos da população e pelo primado dos interesses colectivos sobre os particulares.

Aqui, neste Encontro, se reafirmou o compromisso com um projecto colectivo assente na construção da ideia de um concelho com vivência própria mas sobretudo de uma terra com justiça social, solidariedade e igualdade de oportunidades para aqueles que aqui vivem e aqui trabalham.

Um projecto que, como aqui se afirmou, coloca como uma das principais prioridades para este concelho, e para o futuro, a criação de emprego com direitos e de mais riqueza e progresso, através de novas unidades produtivas de matriz industrial e novas actividades nos domínios dos serviços, da energia, do ambiente e do turismo.

Um compromisso que tem igualmente expressão concreta em toda a região da Península de Setúbal, onde a CDU assume as mais altas responsabilidades e concretiza uma vasta acção de planeamento do território com condições para o desenvolvimento produtivo, também a pensar no País, nomeadamente do plano da sua industrialização e na concretização das grandes infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento (novo aeroporto de Lisboa, plataforma logística do Poceirão, desenvolvimento da actividade portuária, terceira travessia do Tejo). Um espaço onde a qualidade de vida das populações se afirma nos mais diversos domínios, como está bem patente nas grandes realizações desportivas, desde logo a que aqui se realiza – as Seixalíadas - , mas também os Jogos do Futuro e no plano cultural com as grandes realizações como são as do Seixal Jazz, Festival Internacional de Teatro de Almada, Festróia, Festival Internacional de Artes de Rua, etc.

Um compromisso que é também com a defesa e afirmação do Poder Local e da sua autonomia. Defesa e afirmação que é inseparável de uma ruptura com a política de direita, como o tem revelado a política prosseguida pelos governos do PS, PSD/CDS-PP com as suas medidas de asfixia financeira e de limitação à autonomia, concebidos para limitar a capacidade de realização e as condições de exercício para resolver os problemas das populações no quadro das suas competências.

Na verdade muitos dos problemas que os concelhos e as populações enfrentam são inseparáveis da concretização da ruptura com a política de direita e da afirmação e concretização de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril.

De uma política dirigida à solução dos graves bloqueios que estão a fechar os caminhos do desenvolvimento do País e a limitar a sua decisão soberana, desde logo a dimensão de uma dívida pública e externa insustentáveis.

Uma política alternativa, patriótica e de esquerda, capaz de responder aos problemas do País e às aspirações dos trabalhadores e do povo. Uma política baseada: na renegociação da dívida; na promoção e valorização da produção nacional e na criação de emprego; na recuperação para o controlo público de sectores e empresas estratégicas, designadamente do sector financeiro; na valorização dos salários, pensões e rendimentos dos trabalhadores e do povo; na defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, designadamente dos direitos à educação, à saúde e à protecção social; numa política fiscal que desagrave a carga sobre os rendimentos dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas e tribute fortemente os rendimentos e o património do grande capital, os seus lucros e a especulação financeira; na rejeição da submissão às imposições do Euro e da União Europeia, recuperando para o País a sua soberania, económica, orçamental e monetária.

Compromissos de concretização de uma política alternativa, no plano local e nacional que são honrados todos os dias pelo trabalho, a honestidade e a competência de uma gestão em favor do povo e do progresso por parte dos eleitos da nossa Coligação e que são a marca da CDU, nas freguesias, nos concelhos e no País.

Essa marca reconhecida e testada pela CDU na governação local e que revela que a CDU não tem só soluções, mas capacidade para assumir todas as responsabilidades que o povo lhe atribua, no plano local, mas igualmente no plano nacional.

Sim, a CDU tem propostas para resolver os problemas do País e capacidade e competência para as concretizar.

Hoje, mais do que nunca, a concretização de uma alternativa política e de uma política alternativa, patriótica e de esquerda tornou-se um imperativo nacional.

Imperativo que advém da necessidade de, com urgência, travar o persistente declínio económico e o continuado retrocesso social a que o País assiste, mas igualmente pôr um fim à contínua deterioração da situação política e da própria degradação da democracia, por um governo que protagoniza, semana após semana, um novo escândalo com a sua política de dois pesos e duas medidas.

Essa política realizada a favor dos grandes interesses económicos e financeiros, e da elite que os serve, e que sistematicamente divide e trata os portugueses de forma desigual em todos os aspectos da sua acção política.

Essa política que garante benesses e tratamento especial e exclusivo para os de cima e impõe sacrifícios atrás de sacrifícios, e exigências atrás de exigências ao povo.

Nunca como agora se impôs apressar o fim definitivo deste governo que só sobrevive porque o Presidente não está em consonância com o País, a vontade dos portugueses e a própria Constituição da República, antes está determinado a salvar uma política de direita a todo custo e um governo da sua filiação partidária.

Os portugueses têm cada dia que passa novas e mais fortes razões para exigir que o actual governo de Passos e Portas desapareça das suas vidas! Para que se rompa com a política de direita!

As eleições legislativas deste ano constituem um momento da maior importância na luta pela ruptura com a política de direita e a concretização da viragem inadiável e necessária na vida nacional.

Uma batalha de onde sairemos em melhores condições e mais próximos de construir a política alternativa patriótica e de esquerda e de lutar pela alternativa política, quanto maior for a influência eleitoral da CDU, quanto maior o número de deputados eleitos.

Trata-se de uma batalha para a qual nos precisamos de preparar com toda a determinação, capacidade de iniciativa e realização, construindo uma grande, combativa e esclarecedora campanha eleitoral de massas, capaz de envolver o máximo das forças de cada uma das componentes da nossa Coligação e os muitos milhares e milhares de independentes, democratas e patriotas, que sabem que reside na CDU e no seu reforço o elemento mais decisivo para a concretização de uma política alternativa.

Uma campanha que afirme com confiança que é possível um outro caminho. Que há alternativa ao rumo de empobrecimento do povo e do País, à submissão e à dependência. Que há soluções e respostas para os problemas nacionais e que para elas serem possíveis a CDU tem de ter mais força e mais votos.

Uma campanha capaz de demonstrar que os partidos não são todos iguais, nem as políticas são todas iguais, que nas autarquias, e muito evidentemente aqui neste concelho e na Península de Setúbal fazemos essa demonstração, que o que fazemos nas autarquias estamos em condições de fazer no País também com o mesmo trabalho, honestidade e competência.

Uma campanha na qual é imprescindível o contributo dos eleitos da CDU. A sua presença e o seu empenhamento é indispensável porque os autarcas e os eleitos em geral, demonstram todos os dias a diferença da CDU, porque estão próximos da população e podem transformar essa proximidade em mais apoios e mais votos na CDU, porque podem ter um papel determinante no esclarecimento e na divulgação das nossas propostas.

Pode haver quem pense que quem está na frente do trabalho autárquico não se deve expor e intervir nas questões nacionais. É precisamente ao contrário: se desvalorizarmos as questões do futuro do nosso País e a intervenção para a mudança, isso terá consequências negativas na influência política e eleitoral local e na resolução dos problemas das populações que dependem também de uma mudança na política nacional.

Trata-se de uma batalha eleitoral muito exigente, um enorme desafio aos activistas e eleitos da CDU e tanto mais exigente quanto precisamos de construir uma campanha baseada numa acção de esclarecimento directo, que permita vencer resignações e conformismos, semeados com o objectivo de eternizar o actual projecto de exploração e ruína nacional protagonizado pelo poder dominante.

Exigente também, porque é necessário igualmente confrontar e combater as novas e velhas ilusões das falsas saídas, daqueles que, falando de mudança, como o PS, mais não visam do que perpetuar a mesma política que nos conduziu até aqui e inviabilizar a verdadeira alternativa.

Uma campanha que torne claro que o PS, o PSD e o CDS-PP são os responsáveis pela situação de declínio nacional e que é com esse rumo que continuam comprometidos, apesar de toda a demagogia da viragem na situação do País de uns e das proclamações de mudança de outros.

Uma campanha que, no seu desenvolvimento, permita, como tem vindo a acontecer, alargar mais e mais o apoio à CDU de democratas e patriotas, daqueles que já apoiaram, daqueles que estão indecisos, daqueles que nunca pensaram apoiar a CDU e que, perante a situação do País, vão considerar esse apoio como um imperativo da sua vida.

Uma campanha cuja preparação está já em andamento e em que cada um vai ter um papel decisivo, informando, ouvindo, esclarecendo, convencendo e mobilizando camaradas de trabalho, vizinhos, familiares e amigos.

Uma preparação que terá que associar ao esclarecimento político a informação sempre necessária de que votar na CDU, na Coligação Democrática Unitária, PCP-PEV é fazer uma cruz dentro do quadrado que no boletim de voto está a seguir à foice e o martelo e ao girassol.

Uma preparação confiante que começa desde já com a mobilização para a grande marcha nacional que realizaremos no sábado, dia 6 de Junho, em Lisboa.
Marcha pela libertação e dignidade nacionais, por uma política patriótica e de esquerda, uma forte afirmação de exigência de mudança e de expressiva manifestação de confiança dos trabalhadores, dos democratas, dos patriotas, do nosso povo na sua luta por um Portugal com futuro.

Sabemos que são cada vez mais os que aspiram a ver pelas costas, de uma vez por todas, um governo que, sabendo-se derrotado e enredado na multiplicação de escândalos, recorre à mentira e intensifica a agenda de destruição de direitos nos meses que lhe restam. Mas são também mais aqueles que ganham consciência de que a solução dos problemas nacionais tem de ser encontrada fora do ciclo de rotativismo e alternância, e os que querem ver interrompida e derrotada a política de direita que PSD, CDS e PS vêm impondo há 38 anos.

Sabemos que são cada vez mais os que rejeitam o fatalismo a que querem condenar o País, que reconhecem na CDU uma força com proposta e soluções para retirar Portugal do atoleiro a que a política de direita o conduziu, e que sabem que há outra política, uma política alternativa patriótica e de esquerda capaz de defender a dignidade nacional, respeitar os direitos e elevar as condições de vida do povo português.

Sabemos que são cada vez mais os que sabem ser possível um outro caminho e um outro rumo para Portugal, e que está nas mãos dos trabalhadores e do povo abrir espaço para a construção de uma alternativa política.

Foi o povo português que com a sua força e determinação, com a sua luta, resistiu ao programa das troikas nacional e estrangeira, que enfrentou e impediu que a ofensiva do actual governo tivesse ido ainda mais longe. Foi o povo português que com a sua força e determinação, com a sua luta, conduziu o actual governo ao isolamento social e à ante-câmara da derrota eleitoral a que estão condenados nas próximas eleições.

É esta força, vontade e determinação que há-de construir o caminho de futuro a que aspiram e pelo qual lutam. É essa corrente de confiança que, perante compreensíveis inquietações, se afirma e impõe, é essa corrente de esperança construída na convicção de cada um sobre a possibilidade de uma vida melhor que é preciso fazer crescer e ganhar força de exigência e transformação.

Aos muitos que, hoje, partilhando as nossas propostas, reconhecendo a nossa seriedade e coerência se interrogam, perante o desastre que a política de direita cria para desanimar vontades, precisamos de lhes dizer: juntem-se a nós, juntem-se ao PCP e à CDU, sejam parte activa desta corrente de exigência de mudança, de alternativa, de futuro.

Temos muito trabalho pela frente e um combate que é imperioso assumir com todas as nossas energias e capacidades, mas também com muita audácia e muita confiança na possibilidade da concretização dos objectivos a que nos propomos.

Nós estamos certos que os vamos conseguir com o trabalho, a dedicação e o envolvimento de todos!

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