Declaração de voto de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Capacidade orçamental da área do euro

Esta proposta apenas pretende colocar os Estados-membros mais fragilizados numa unidade de cuidados intensivos/continuados a receber cuidados paliativos. A ideia de haver subsídios dos países mais ricos (centro e norte europeus) para, por assim dizer, aguentar a situação (que é insustentável porque o problema está na desadequação da moeda à estrutura produtiva do país e que obsta qualquer possibilidade de desenvolvimento económico) só perpetuará o subdesenvolvimento de países como Portugal e criará países de mão estendida, dependentes da caridade alheia. Além disso, os países perderiam o estatuto de estado, logo a autonomia política e, por conseguinte, assistiríamos ao definhamento económico e social, ao despovoamento. Se a proposta para uma política orçamental comum vier a ser concretizada, tal será um passo de gigante para o federalismo, mais liberal, mais militarista e menos democrática. O que a europa precisa e os povos reclamam é mais cooperação, mais respeito pelas soberanias e mais políticas sociais e económicas que valorizem o trabalho e promovam uma coesão social, económica e territorial. Em suma, é de uma outra europa que precisamos.

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