Assembleia da República

O Orçamento suplementar nega aos trabalhadores o que dá aos grupos económicos

Senhor Presidente
Senhores deputados,

O PCP denunciou as limitações e insuficiências da Proposta de Orçamento Suplementar apresentada pelo Governo por não dar resposta aos graves problemas económicos e sociais que o País enfrenta.

O PCP bateu-se até ao fim para que não se desperdiçasse nenhuma possibilidade de concretizar avanços e apresentou propostas nesse sentido.

A convergência entre PS e PSD na aprovação da proposta do Governo e na rejeição da larga maioria das propostas que o PCP apresentou deixa este Orçamento sem a resposta necessária à gravidade da situação.

«O teletrabalho não pode servir para o capital criar ilusões e fragilizar os direitos dos trabalhadores»

Sr. Presidente,
Srs. Deputados,

O teletrabalho é um instrumento que, tendo sido utilizado no actual contexto por forças das circunstâncias de saúde pública, há quem queira alargar, “endeusar” e promover como uma panaceia para todos os males.

Nada mais longe da realidade.

Não está, naturalmente, em causa o aproveitamento das novas tecnologias – que devem, sim, estar ao serviço do desenvolvimento e da melhoria das condições de trabalho e de vida.

O que está em causa é o aproveitamento por parte do capital para criar ilusões e fragilizar os direitos dos trabalhadores.

Sobre a votação final global do Orçamento Suplementar

Perante a proposta de Orçamento Suplementar apresentada pelo Governo, o PCP fez o que se impunha. Denunciou os seus limites e insuficiências, apresentou propostas para as ultrapassar, desmascarou os objectivos das forças reaccionárias e a demagogia que os acompanha, bateu-se até ao fim para que não se desperdiçasse nenhuma possibilidade de concretizar avanços e, perante a visível convergência de posicionamento entre PS e PSD, afirmou a urgência da política alternativa de que o País precisa.

O Ensino Superior não pode sair deste surto mais elitista, menos democrático e com menos qualidade

Os problemas do Ensino Superior que hoje aqui debatemos, são fruto das circunstâncias que todos conhecemos, mas são também reflexo de uma situação prévia de subfinanciamento e da lógica mercantil há muito aplicada neste sector, em que a precariedade das relações de trabalho abunda e em que um curso superior é cada vez mais um luxo que a maioria não pode pagar.

É o controlo público da TAP que defende o interesse do povo e do País

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

Para o PCP, o que está em causa neste debate é a importância crucial de defendermos a TAP enquanto companhia aérea de bandeira do nosso País e enquanto instrumento de desenvolvimento e soberania nacional.

Para outros partidos, uns mais disfarçados e outros mais às claras, este debate é sobre a “questão de princípio” de ter o Estado fora da economia, privatizar tudo o que mexe e seja o que o deus-mercado quiser. Para esses partidos, a TAP é o menos importante deste debate e a sua destruição seria um dano colateral.

Reforçar a Segurança Social com mais trabalhadores para dar resposta às necessidades das populações

Sr. Presidente,
Srs. Deputados,

As demoras e atrasos na atribuição de reformas, pensões, prestações por morte e outras prestações sociais tem sido uma matéria que o PCP tem colocado várias vezes, ao longo de vários anos - esta não é uma realidade recente; antes é, infelizmente, uma realidade que se arrasta há largos anos e cujas consequências profundamente negativas na vida dos trabalhadores, reformados e pensionistas e das famílias.