Conhecimento e TV - Ruben de Carvalho," Diário de Noticias", 15.03.02

Colo, doce colo - Victor Dias, "Avante!", 14.03.02

Anotações sobre a campanha-
Octávio Teixeira, "Diário Económico", 12.03.2002

"Graus zero" -
Vítor Dias, Semanário! 08.03.2002

"Três desabafos" -
Vítor Dias, Avante!, 28.02.2002

"Não será a política?" -
Ruben de Carvalho, Diário de Notícias, 22.02.2002

"14 dias seguidos" -
Vítor Dias, Avante!, 21.02.2002

"Modas... não inocentes", Octávio Teixeira, Diário Económico, 19.02.2002

"Um pouco de vergonha" - Jorge Cordeiro, Avante!, 14.02.2002

"Mistério ou talvez não" -
Vítor Dias, Avante!, 11.02.2002

"Robin Hood" -
Octávio Teixeira, Euronoticias, 08.02.2002

"Figuras tristes" -
Vítor Dias, Semanário, 08.02.2002

"Lavar de mãos" -
Jorge Cordeiro, Avante!, 07.02.2002

"Confissões esclarecedoras" -
Jorge Cordeiro, Avante!, 31.01.2002

"Subitamente no Verão passado" -
Vítor Dias, Semanário, 26.01.2002

"Se eu fosse do PS" -
Vítor Dias, Semanário, 11.01.2002

"Ainda a amnésia" -
Vítor Dias, Avante!, 04.01.2002

"O ar do tempo" -
Vítor Dias, Semanário, 28.12.2001

"E agora, pela esquerda" - Jorge Cordeiro, Avante, 27.12.2001

 


Páginal inicial do PCP


"O ar do tempo" -
Vítor Dias, Semanário, 28.12.2001

Definitivamente, é o ar do tempo.

O PCP - bem pode ostentar, logo no primeiro e segundo parágrafos do seu comunicado sobre as autárquicas, um retrato rigoroso e objectivo das perdas da CDU. Mas se chama a atenção para que a amarga dimensão das perdas de presidências de Câmara não corresponde a uma similar ou proporcional perda de votos ou de influência eleitoral; se não alinha na tese primária, e mais primária ainda nos domínios da acção política e da intervenção eleitoral, de que onde há insucesso ou fracasso é porque houve necessariamente erro (esclarecemos que semelhante sentença aplicada a propósito das sucessivas votações do PCF depois de 1994 também mereceria, por simplismo, a nossa discordância); se introduz alguns elementos de problematização justamente convocados pela complexidade do real ,- então já não se livra de estar a querer esconder a derrota.

Ao mesmo tempo, já a Comissão Permanente do Bloco de Esquerda, e depois Miguel Portas e Fernando Rosas conseguem inventar que, à esquerda, "é o Bloco quem resiste melhor" e Prado Coelho, dez dias depois de publicados os resultados, também ainda acha, embora com comas no original, que o Bloco "aguenta" e quase ninguém recorda a estes maquilhadores da realidade que o Bloco perde um terço da sua votação (o triplo da perda da CDU) por comparação com as legislativas e nos mesmos concelhos a que agora concorreu.

Mas o ar do tempo não traz consigo apenas manifestações de ligeireza e parcialidade pois parece ser também propício a gritantes rasuras do passado recente e a amnésias tão avassaladoras quanto conjunturalmente convenientes.

Só isso pode explicar que alguém escreva ("Público" de 26/12) que deixa aos historiadores a tarefa de (não) perceber porque é que as "forças situadas à esquerda no hemiciclo", no último Orçamento, teriam "chegado ao ponto de se recusarem de facto a negociar a sua aprovação ou a sua simples viabilização".

Por nós, não percebemos qual é a dificuldade de compreensão do caso, além do mais estando - como estão - disponíveis (em www.pcp.pt/actpol/temas/orcam/frset-oe2002.html) as linhas fundamentais para a elaboração do OE/2002 entregues pelo PCP ao Primeiro-Ministro e a que este não ligou nenhuma e estando também aí disponíveis as propostas de alteração na especialidade formuladas pelo PCP (aumentos dos salários da função pública e das reformas, dotações para ensino superior público, política fiscal, etc.), tudo "tentativas de influenciar o PS" e de "chegar a compromissos" que o PS implacavelmente rejeitou e chumbou.

Nesta matéria, o único mistério que realmente sobra é porque é que quem avalizou e nunca contestou a inalterada orientação do PCP em relação à discussão e votação de seis Orçamentos apresentados pelo Governo do PS só ao sétimo acordou para a crítica a essa orientação, ou seja precisamente naquele que se inseria já numa conjuntura de acentuado desgaste e descrédito do PS e que se seguiu ao "plano de contenção da despesa pública ( leia-se ataque aos salários), ao antecipado anúncio de recuos na reforma fiscal e a uma remodelação governamental manifestamente orientada para a direita.

De igual modo, não é nada curial que, em imaginação retroactiva, .se sentencie que o PCP votou envergonhadamente a reforma fiscal e a lei de bases da segurança social quando não se pode deixar de saber que a abstenção do PCP na primeira se ficou a dever - e bem - à questão dos "off-shores" e na segunda se ficou a dever - e bem - à impossibilidade de o PCP ficar ligado à consagração do principio do "plafonamento", sendo igualmente certo que estas duas abstenções não suscitaram à época nenhuma discordância entre quem então integrava a direcção do PCP.

É que não fomos nós, e por desamor de certas fórmulas talvez não pudéssemos ter sido, que em 15.1.2000, retribuindo na mesma moeda, sujeitávamos o PS a "exame" para "saber se ele está em condições de participar com forças políticas da esquerda em soluções políticas, no governo do país e das autarquias" e depois concluíamos, com argumentos devastadores, que "seguramente este PS não é de confiança. Pela sua própria prática, parece cortar as escassas possibilidades de diálogo à esquerda."

É que não fomos nós, mas tirando a parte do parêntesis podíamos ter sido, que escrevemos em 20.1.2000 que "a questão, para o PCP, não é a de poder seguir um caminho de alternativa de projecto ou então de ir para o Governo (com este PS ?!!!), e por isso com clareza deve ser dito que não nos deixaremos aprisionar neste falso e tendencioso dilema. A questão é sim, e em primeiro lugar, do conteúdo das políticas e da luta pela sua concretização (...)".

Sabendo-se que, de Janeiro de 2000 até hoje, o percurso global do PS e do seu Governo não foi nada de exaltante ou animador para a esquerda antes pelo contrário, e sabendo-se que o XVI Congresso do PCP (Dezembro de 2000) e a sua acção posterior não modificaram os seus anteriores posicionamentos face ao Governo do PS e face à questão da luta pela alternativa de esquerda, resta de facto apurar as reais razões para algumas acentuadas mudanças de opinião que correm o risco de se tornar em lamentáveis mudanças de alvo político.

 

 

 



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