Caro (a) eleitor (a) :
Escrevo-lhe a poucos dias de um
acto eleitoral de inegável importância e consequências
para a vida do país e dos portugueses. E faço-o sobretudo
no sentido de apelar à sua reflexão com vista a uma
opção de voto livre e consciente.
No próximo dia 17, os portuguesas
e as portuguesas vão ser chamados a eleger não
um Primeiro-Ministro, como muitos enganosamente querem fazer
crer, mas 230 deputados que representem as diversas opções
e convicções dos eleitores e que, além de influenciarem
a formação de um novo governo, durante quatro anos
terão como seu papel fundamental debater e aprovar leis,
dar voz aos que neles confiaram e fiscalizar a actividade do Governo.
E é precisamente por ser
este o grande objectivo destas eleições que o convido
a ter em conta o valioso trabalho desenvolvido pelos deputados
eleitos pela CDU em 1999, bem expresso no facto de terem sido
os que mais projectos-de-lei apresentaram, nas numerosas leis e
medidas positivas que conseguiram fazer aprovar, na atitude responsável
e construtiva que sempre assumiram e na coerência e seriedade
com que honraram os seus compromissos com os eleitores.
Convido-o ainda a não olhar
apenas para as promessas que cada partido faz para o futuro, mas
também a confrontá-las com o que cada partido fez
ou defendeu nos últimos anos.
Depois de 10 anos de governos
do PSD e de 6 anos de governos do PS, o país necessita de
sair desta longa sucessão de mudanças de caras e de
rótulos que insistem, no essencial, na mesma política.
O país precisa de uma nova esperança,
de uma nova política, de uma política bem diferente
daquela que tanto o PSD como o PS defendem e praticaram.O país
precisa de mudar para melhor.
O voto na CDU é o voto
que dá força a essa esperança e a essa exigência
de uma nova política que, em vez de estar prisioneira dos
interesses dos poderosos e privilegiados, seja mais sensível
aos problemas reais dos portugueses e capaz de responder aos problemas
e desafios que Portugal enfrenta.
Além disso, permita-me
que lhe sublinhe que os votos na CDU e os deputados eleitos
pela CDU são votos e deputados que não são
da direita e, por isso, contribuem sempre para a derrota da direita
e para que esta continue em minoria na Assembleia da República.
E que lhe sublinhe também que o desvio de votos da CDU designadamente
para o PS, só enfraqueceria a corrente dos que aspiram a
uma política de esquerda, deixando o PS de mãos livres
para repetir entendimentos e alianças ou com o CDS-PP ou
mesmo com o PSD e para prosseguir, no fundamental, a mesma política.
É que há votos que
só são úteis para o partido que os recebe e
não para os cidadãos que os dão.
O voto na CDU é sobretudo
útil para si e útil para o país.
Contamos consigo.

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