Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Análise Anual do Crescimento e Emprego

As políticas consignadas no Semestre Europeu, na Governação Económica e no Pacto Orçamental são um reforço, legitimação e institucionalização das chamadas medidas de austeridade, que não podemos aceitar. Essa receita não pode nunca, nem é possível que seja, conciliada com os princípios da justiça social, do crescimento e da promoção do desemprego, porque elas preconizam exactamente o contrário: a diminuição de custos salariais, o aumento da exploração dos trabalhadores, a retracção do Estado, o ataque aos direitos sociais e laborais adquiridos. Estas políticas de chamada "consolidação orçamental" estão a provocar verdadeiros dramas e desastres sociais, como o aumento da pobreza, para além do facto de só aprofundarem o caminho da recessão económica e de aumento das dívidas públicas. O que é necessário é uma verdadeira ruptura com este caminho, a construção de uma Europa de cooperação que tenha com principal objectivo a defesa dos interesses dos povos e o fim de processos de opressão e colonização por parte das maiores potências. No passado sábado, nas ruas de Lisboa, em Portugal, mais de 300 000 pessoas exigiram um novo caminho e o fim das medidas de austeridade. E reafirmaram que a luta vai continuar.

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