Marcha Mundial das Mulheres contra a pobreza e a violência
Intervenção da Deputada Margarida Botelho
29 de Setembro de 2000

 

Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados:

"Queremos iniciar o próximo milénio com a certeza de que podemos mudar o mundo, pacificá-lo e humanizá-lo. Marcharemos de forma pacífica para que o ser humano esteja no centro das nossas preocupações (...)".

Este é, em síntese, o objectivo da Marcha Mundial das Mulheres, que culminará a 17 de Outubro numa concentração mundial em Nova Iorque, frente à ONU. Um objectivo desassombrado de quem tem, pelo menos, '2000 boas razões para marchar', como diz o lema escolhido para o evento.

Esta Marcha afirma que as mulheres estão em luta para que os seus direitos fundamentais sejam definitivamente reconhecidos como inseparáveis dos direitos humanos universais. É através da luta organizada das mulheres em cada país e no mundo que se podem combater as políticas neo-liberais, responsáveis pelo crescente aumento da pobreza e da sua feminização, que atiram muitos milhões de seres humanos para um quotidiano cruel e para uma crescente regressão nos direitos políticos, sociais, económicos e culturais conquistados pelas mulheres, pelos trabalhadores e pelos povos neste século.

Esta Marcha é uma acção que une, de forma séria, combativa e generosa, todos os homens e mulheres que estão conscientes de que as discriminações sexistas a que as mulheres estão sujeitas, no trabalho e na sociedade, estão inseridas numa teia de exploração e de limitação dos direitos que a todos afecta..

A Plataforma Nacional da Marcha, constituída por cerca de 100 organizações, nas quais se incluem a Organização das Mulheres Comunistas e a Juventude Comunista Portuguesa, tem levado a cabo um trabalho muito interessante de debate, de construção de cadernos reivindicativos comuns, de preparação da Marcha nacional, que se realiza no próximo dia 7 de Outubro aqui em Lisboa sob o lema 'Transformar a vida, construir a igualdade'.

O facto de a Assembleia da República manifestar desta forma o seu apoio à Marcha das Mulheres constitui um contributo importante para a visibilidade da luta das mulheres e para o prestígio desta Assembleia junto de todos os que lutam pelo aprofundamento da democracia em todas as suas componentes.

Disse.