Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Abertura de negociações de adesão com a Macedónia do Norte e a Albânia

A adesão à UE deve resultar de uma decisão soberana de cada povo, o mesmo sucedendo relativamente à escolha dos caminhos que melhor assegurem o direito de cada povo ao seu desenvolvimento económico e social. Tal processo não deve sofrer qualquer ingerência externa e deve ser conduzido com base num debate livre e aprofundado, centrado na realidade (e não em mitos) sobre as consequências concretas da adesão à UE. Esta resolução desvaloriza esta questão, oculta o absoluto afastamento entre a formalidade da adesão e o necessário envolvimento dos povos na discussão sobre as consequências e os impactos dessa mesma adesão. Esta resolução denota e cauciona o carácter imperialista da UE e os seus planos de domínio geoestratégico; oculta, sem surpresa, o papel da NATO e da UE na desestabilização histórica da região dos Balcãs; assume uma posição de confrontação com “países terceiros” - leia-se, a Rússia. A resolução cauciona, ainda, a centralidade do neoliberalismo, enquanto pilar da integração capitalista europeia, o chamado mercado livre e a Estratégia da UE para os Balcãs Ocidentais. A Macedónia do Norte e a Albânia terão de se submeter às receitas de “reformas democráticas” e de liberalização de vários setores da vida económica e social. Um filme já visto.

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